Os mais buscados
Nenhum resultado encontrado
- Escrever um artigo
- Publicar debate
- Criar uma lista
- Enviar um vídeo
Oito anos atrás,durante uma viagem às estepes da Mongólia,Claire Doyon compôs um retrato luminoso de sua filha autista (PÉNÉLOPE,2012).Algumas de suas cenas foram incluídas neste filme que,de centenas de horas de correrias acumuladas ao longo dos anos,conta a história da vida,de e com Pénélope.A narrativa é um duplo movimento.Um movimento para frente primeiro,que narra a batalha de uma mãe que dedicou sua vida à luta contra a doença de sua filha,contra a violência médica e social.Na medida em queela diz,que ela desistiu de ser cineasta.Depois dos becos escuros,2015,PENELOPE MY LOVE prova que isso está longe de ser o caso.Pois nesta guerra,como ela também diz,a câmera é ao mesmo tempo arma e escudo.O filme nunca deixa de enfatizar esta verdade: o que a faz continuar,é continuar filmando o que acontece,por mais doloroso que seja.Essa fixação da atenção e a paciência das imagens permitiram que Claire Doyon se expressasse em palavras,expor a voz ao pensar nos anos de vida com Pénélope.À medida que as palavras fluem,um segundo movimento surge gradualmente abaixo do primeiro: Uma comovente história de aprendizagem,de uma mãe que desiste da batalha para acompanhar a filha no caminho da paz.Sob o sol da Mongólia,entre as renas,As ações de Penélope florescem como flores.Depois disso, a imagem continua a se ampliar até revelar,na clareira de um campo de ruínas antigas,a soberania punk de Penélope.É a história de uma jovem que nunca se enquadrará, mas a quem o cinema,porque é capaz de apreciar a sua existência extraordinária,a ajuda a encontrar seu próprio lugar especial no mundo.