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Festival de Cinema de Cannes,1975,Crônica dos Anos Ardentes, de Mohamed Lakhdar-Hamina, recebe a Palma de Ouro.Esta é a primeira vez para um filme africano.Uma crônica meticulosa da evolução do movimento nacional argelino desde 1939 até a eclosão da revolução em 1º de novembro,1954,o filme demonstra inequivocamente que a “Guerra da Argélia” não é um acidente da história,mas um lento processo de revoltas e sofrimento,ininterrupto,desde o início da colonização em 1830,até este "Dia Vermelho de Todos os Santos" de 1º de novembro,54.Composto por seis capítulos,o filme pinta o quadro implacável da história política e bélica da Argélia colonial.O resultado é grandioso.Da beleza das imagens ocres do deserto à luz dos rostos imóveis,do poder dos movimentos da multidão à força do sujeito,surge um amplo afresco,épico e lírico ao mesmo tempo,pontuado por secas,fome,tifo e motins.No seu centro,Ahmed gradualmente desperta para a consciência política contra a colonização,sob o olhar de seu filho,símbolo da nova Argélia,e o de Miloud,arenga meio louco,meio profeta,encarnação da memória popular da revolta,a libertação da Argélia e do seu povo.Lakhdar-Hamina receberá sua Palma de Ouro em clima tempestuoso,desencadeando o despertar dos veteranos da OEA,ferozmente nostálgico pela Argélia Francesa;que chegou a ameaçar o cineasta de morte,e desencadear uma série de ameaças de bomba durante todo o festival.Nunca antes um filme causou tamanho escândalo político na França.A sua restauração em 2021 revela toda a sua grandiosidade,técnico e artístico,e seu alcance humanista universal.