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Uma mão fantasmagórica emerge da água para agarrar um galho.Um ramo amigável que pode oferecer refúgio nas terras baixas.Durante a luta anticolonial contra a ocupação portuguesa,as escolas gratuitas na Guiné-Bissau tiveram que se mudar com frequência para evitar os bombardeios.As escolas se aprofundaram na selva e encontraram os manguezais.Um sistema vegetativo que parece ter crescido e se desenvolvido sem outra finalidade senão proteger as escolas das bombas e dos ensinamentos impostos pelos colonos.É como se esse ecossistema intransponível convidasse à luta.Assim como as montanhas,maquis e selvas fornecem refúgio para guerrilheiros,na Guiné-Bissau a natureza é uma aliada.Filipa César e Sonia Vaz Borges filmam os mangais como uma infraestrutura com arquitetura em rede.É aqui que colocam os jovens corpos de estudantes a quem é transmitido o legado da luta anticolonialista e deste ambiente.Os cineastas reinvestem o manguezal como locus de transmissão,de educação radical,atentos à memória das lutas.O filme se torna um guia de como ocupar seus galhos.As tecelagens e fusões criadas com a ajuda do manguezal são reproduzidas,conhecimento é restaurado.Os tentáculos amigos lembram a luta para repelir a ocupação colonial que trabalhava para rasgar as raízes de homens e mulheres.Os galhos do manguezal são poderosos e estimulam redes,coletivos e horizontalidade.É a estrutura do rizoma de Deleuze e Guattari,longe de solteiro,raízes verticais e hierárquicas: uma estrutura que resiste.