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Um filme para a família. O pai quer fazer um filme com o filho João, que, por sua vez, quer fazer o seu próprio filme. Entramos assim numa fronteira invisível, sempre deslocada, entre o branco e o negro, entre a vida e a morte, entre quem filma e quem é filmado, entre um forasteiro e um residente, entre uma geração e outra. John recusa uma linha divisória entre esses dois mundos e faz suas próprias imagens no celular. Aos olhos de um tripé-narrador, ele tem passos pequenos, uma timidez que contrasta com o olhar astuto quando é sua vez de observador. Um rapaz que propõe e frutifica, ainda sem assumir, tudo ao mesmo tempo, em atitude sobreposta. John é Negrinho, mas também é John, duplo em si e em todos os que ali estão, inclusive a própria cidade que acaba de conhecer e estranha.