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“Eu sabia que se meus filmes fossem ruins, eles não diriam: ‘Como a Bemberg é péssima’, eles diriam: ‘Como vocês não percebem que as mulheres não sabem fazer filmes?’” Nascida em 1922, María Luisa Bemberg entrou na indústria cinematográfica aos 58 anos como diretora e roteirista, revolucionando o cinema argentino. Com uma filmografia que colocava as mulheres como protagonistas, tanto na frente quanto atrás da câmera, ela desafiou as normas e as expectativas sociais sem medo de repercussões negativas. Seu estilo combinava crítica social, estética cuidadosa e narrativas ousadas para questionar as instituições que permitem a opressão. Ao relatar histórias de mulheres corajosas que desafiam o adultério, a igreja, as classes sociais e o machismo, transformou o discurso cultural da sociedade de sua época. Cofundadora da União Feminista Argentina, o ativismo permeou cada um de seus projetos: de El mundo de la mujer (1972) e Juguetes (1978), curtas que criticam a construção do feminino, a longas como Camila: O Símbolo de uma Mulher Apaixonada (1984), um dos poucos filmes argentinos indicados ao Oscar, e Yo, la peor de todas (1990), que fez dela uma das cineastas mais influentes do país. Seu legado não está apenas em seu impacto artístico, mas também em abrir portas para novas gerações de cineastas que, assim como ela, encontram no cinema um espaço para questionar, tornar visível e criar mudanças.