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Oswaldo Viveiros Montenegro nasceu em 15 de março de 1956, em Grajaú, Rio DE Janeiro, filho mais velho de quatro irmãos. Sempre gostou de ler e devorou as coleções de Júlio Verne, Monteiro Lobato, Malba Tahan. Aos 7 anos mudou-se para São João Del Rey, Minas Gerais, onde passou a maior parte de sua infância. O espírito mineiro influenciou toda a vida de Oswaldo. À noite, ele pulava pela janela para acompanhar os amigos do pai nas serenatas noturnas para namoradas. Apaixonado por essa música tão viva e presente em seu cotidiano, começou, aos 8 anos, a estudar violão com um desses seresteiros e compôs sua primeira música, "Lenheiro", nome do rio que corta a cidade . Aos 13 anos, já de volta ao Rio de Janeiro, ganhou seu primeiro festival, com "Canção Pra Ninar Irmã Pequena", música que posteriormente gravaria na videoclipe "O Vale Encantado", com o título "Canção Pra Ninar Gente Em 1971, mudou-se com a família para Brasília, cidade que viria a adotar e que é tema constante em sua obra.Foi nessa cidade que Oswaldo conheceu e manteve contato próximo com a família Prista Tavares, da qual o Maestro Otávio Maul. Essa foi uma influência decisiva. Por meio deles, entra em contato com a música clássica. Apaixonado, assiste a shows, conhece obras, passa as noites conversando, se interessa por técnica e teoria musical. que caem em suas mãos na Música, História da Música, grandes compositores. Aos 14 anos, ainda em Brasília, passou a participar com frequência das festas da cidade. Conheceu então amigos e parceiros que o acompanhariam ao longo da vida, como José Alexandre, Raimundo Marques, Ulysses Machado, Madalena Salles. Ele começa a fazer shows e escrever arranjos para suas músicas. Em 1972 teve a música "Automóvel" classificada no último Festival Internacional da Canção da Globo. Assim, ele se apresenta pela primeira vez em um grande festival nacional. Chegou a frequentar duas Faculdades, Comunicação e Música, ambas incompletas. Em 1974, em parceria com seu amigo de infância e parceiro mongol, escreveu sua primeira peça musical, "João pressa Nome", encenada em 1975, no Teatro Martins Pena, em Brasília. Em 1976, o espetáculo é reencenado, desta vez dirigido por Hugo Rodas, coreógrafo uruguaio que teria grande influência na obra teatral de Oswaldo. Esta segunda montagem é apresentada no Rio de Janeiro, onde conta com a assessoria do renomado crítico de teatro Yan Mishalsky, que compara o grupo aos velhos menestréis que, na Idade Média, corriam de cidade em cidade, apenas com seus instrumentos, suas togas e sua voz, para contar e cantar histórias para o público, nas praças. Mishalsky chama o grupo de "Os Novos Menestréis", título que acompanharia Oswaldo por muito tempo. Em 1975, assina seu primeiro contrato com uma gravadora - Som Livre - lançando seu primeiro compacto, "Sem Mandamentos". Em 1976, a convite de Hermínio Belo DE Carvalho, Oswaldo realizou, ao lado de Marlui Miranda e Vital Lima, o 1º show de artistas desconhecidos da série "Seis e Meia", no Rio de Janeiro. Depois voltou a morar no Rio, onde continuou fazendo shows quase ininterruptos. Ainda encantado pelo teatro, continua a escrever espetáculos musicais, paralelamente aos espetáculos, passando agora a dirigi-los. Em 1977, lançou seu primeiro LP, "Trilhas", independente, a convite e produzido por Frank Justo Acker. No ano seguinte, foi convidado a gravar seu 1º LP pela WEA por uma gravadora - "Cursed Poet, Vain Molech" "Trilhas foi um disco que não podemos considerar propriamente um lançamento. Tínhamos 20 anos e estávamos em temporada no Teatro DA Aliança Francesa na Tijuca, no Rio. O Franque Justo Arquer, que é técnico de som, colocou aquele gravador enorme e deixou rodando. Passamos a noite toda tocando: eu, Madá, Amadeu Salles no clarinete, Alan no baixo acústico e Mongol no violão. O disco não tinha nem mixagem, foi gravado direto. Foram 300 cópias feito, vendido em um musical que estávamos fazendo. o master dele e o disco foi absolutamente perdido. Trilhas tem o poema Half que depois reescrevi no disco Ao Vivo." "Fui então convidado para gravar para a WEA. Gravei Poeta Maldito.... Moleque Vadio. Produzido por Gastão Dalamoni, foi um disco que fizemos com uma orquestra, um disco com uma certa tendência conservadora e muito MPB. Eu fiz 3 ou 4 arranjos e o Luis Cláudio Ramos fez os outros. A música mais conhecida desse disco foi Léo e Bia, mas a que mais pedem é Sem poder sem medo, que depois entrou em algumas peças minhas, mas que Eu nunca regravei. o disco é Quem Há DE Dizer, tem também Fruta Orvalhada que eu gosto muito e depois regravei no disco Branco. Poeta foi um disco que quase não vendeu, o que fez a gravadora pensar em me deixar ir .Foi até interessante, porque eu tinha composto Bandolins e inscrito e classificado a música no extinto festival da TV TUPI. Eu estava com o moral tão baixo na gravadora, que ganhei apenas metade de um single, ficando do outro lado com um compositor chamado João Boa Morte, que também havia sido classificado no festival. " Em 1979, estourou no extinto festival TV Tupi, com a música "Bandolins", em 3º lugar. No ano seguinte, conquistou o 1º lugar no festival Globo MPB-80 com "Agonia", de Mongol. A partir daí, faz turnês nacionais, se apresenta em grandes teatros, entra na mídia. O nível de Oswaldo muda. Ainda em 80, lançou seu 2º disco pela WEA - "Oswaldo Montenegro", conquistando, com isso, seu primeiro disco de ouro. "O disco seguinte, Oswaldo Montenegro, tinha Bandolins. O disco que a maioria das pessoas identifica como sendo a minha cara, talvez por ter feito tanto sucesso. Não sei se sinto isso. Tem uma citação do Mário Quintana onde ele fala que "as pessoas acham que são fases e na verdade são caras." Então, essa fase do meu disco, foi e é identificada como a minha verdadeira cara. Não sei se é assim. Esse disco tem uma coisa interessante: um lirismo agressivo o lirismo é uma das vertentes do meu trabalho que mais causa rejeição, ou seja, junto com o sucesso também entrou a rejeição. . Escrevi "Por Brilho" no dia em que me separei do Madá. Tínhamos 20 anos, nos separamos e nos tornamos grandes amigos; isso já faz mais de 20 anos. "