Na seção "Votação do Oscar 2024" no IMDb, 14% dos usuários escolheram "Pobres Criaturas" para ganhar o prêmio de Melhor Filme, ficando em segundo lugar. Em comparação, o primeiro colocado foi "Oppenheimer", com mais que o dobro da porcentagem de votos dos usuários, 36%. Ben Zauzmer, o autor de "Oscarmetrics: The Math Behind the Biggest Night in Hollywood", previu no The Hollywood Reporter que "Oppenheimer" tinha 78% de chance de reivindicar o prêmio de Melhor Filme, enquanto "Pobres Criaturas" tinha apenas 4,6%.
As estatísticas e a matemática estavam certas. "Oppenheimer" ganhou o prêmio no final. Parece que o resultado foi favorável à população, já que muitos dos meus amigos postaram nas redes sociais que estavam torcendo por Christopher Nolan. Embora eu ache que "Oppenheimer" mereceu o prêmio, isso não significa necessariamente que "Pobres Criaturas" não merecia. Em um artigo anterior, analisei os méritos do primeiro filme. No entanto, quando se trata de inovação, "Pobres Criaturas" ganha de lavada. O filme se destacou em todos os aspectos —recebeu um total de 11 indicações e isso é relativamente comparável a "Oppenheimer", que recebeu o maior número de indicações, em 13 categorias.
"Pobres Criaturas" se passa em um mundo imaginário, onde tudo, desde o vestuário aos transportes e à decoração da cidade, não se liga à sociedade contemporânea. O filme apresenta uma infinidade de personagens únicos. Eles podem nutrir carinho ou desdém uns pelos outros, mas todos orbitam em torno dos temas centrais de interação e rivalidade durante uma jornada de liberdade e igualdade, tanto mental quanto fisicamente. Essas são atividades universais que compartilhamos e coisas que buscamos incessantemente.
O que torna "Pobres Criaturas" inovador em sua narrativa é a protagonista, que desafia qualquer categorização social convencional. A personagem de Emma Stone, Bella Baxter, é uma "humana sintética", concebida por um cientista perturbado que transplanta o cérebro de uma criança para o corpo da mãe dessa criança. Embora Bella possua um físico feminino, seu gênero permanece ambíguo. Afinal, ela ainda não nasceu. Até certo ponto, podemos nos referir a Bella como uma "criação da ciência", mas ela definitivamente não é um objeto. Além disso, ao sair de Londres e depois viajar pelo mundo, ela desenvolve a própria consciência e a capacidade de pensar.
Essa personagem é um bebê em corpo adulto que possui as capacidades físicas e respostas fisiológicas de uma mulher adulta. Contudo, ela não tem a maturidade psicológica de uma adulta. Essa "humana sintética" não é apenas única, mas também implica dilemas éticos e morais. Portanto, os roteiristas foram obrigados a pensar criativamente sobre a transformação de Bella após projetá-la, enquanto o diretor e o diretor de fotografia se esforçaram para deixar o público envolvido. Nessa complexa narrativa cinematográfica, mesmo um lapso momentâneo de atenção pode fazer a história parecer absurda. Sendo fã de filmes de ficção científica, acho a história fácil de acompanhar. Entretanto, consigo entender por que o filme dividiu opiniões.
De qualquer forma, parabéns a "Oppenheimer". A competição pelo prêmio de Melhor Filme no Oscar 2024 foi acirrada. Embora "Pobres Criaturas" não tenha levado o prêmio para casa, acredito que será lembrado pela história e continuará inspirando novas gerações de cineastas.
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