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“Todos Menos Você”: reacendendo meu amor por comédias românticas

Spoilers

Sem brincadeira, “Todos Menos Você” reacendeu meu amor por comédias românticas.

Já faz um tempo que filmes românticos não me animam, especialmente os lançamentos. “Todos Menos Você é uma nova versão de “Muito Barulho por Nada”, de Shakespeare – um enemies to lovers meio exagerado mas que, de alguma forma, é fácil e divertido de assistir. O filme preenche todos os requisitos que uma comédia romântica precisa: é alegre e dá vontade de viajar, cantar, dançar e, obviamente, se apaixonar.

Em primeiro lugar, a faísca entre os protagonistas está presente. Sempre me pego pensando no que faz dois personagens se encontrarem – é uma questão de boa aparência? Não. Às vezes, duas pessoas bonitas juntas não conseguem convencer ninguém de sua atração. É o enredo? Talvez. Se os atores realmente entenderem seus personagens e conseguirem retratar isso, a faísca pode ser fabricada. Em “Todos Menos Você”, acho que a química entre os protagonistas tem mais a ver com isto.

A questão é: os protagonistas, interpretados por Sydney Sweeney e Glen Powell, não são do tipo clássico que chama a atenção, mas eles têm algo especial. Eles se conectam, mas não esfregam isso na sua cara. O filme tem um toque divertido e cômico – Bea ri quando Ben diz que só faz exercícios para impressionar as garotas; e quando ela percebe seu corpo perfeito, ele não parece distante ou inatingível. É tudo real, identificável.

Sydney Sweeney e Glen Powell

Sempre achei que duas pessoas supernarcisistas não conseguiriam realmente provocar essa tensão sexual; eles estão muito ocupados se adorando para prestarem atenção um no outro. “Todos Menos Você” acertou em cheio ao não exagerar no fator charme, e é o que ajuda a nós, o público, a realmente nos colocarmos no lugar do personagem.

E, claro, a base shakespeariana é fundamental. Muitas boas histórias têm suas raízes em Shakespeare, especialmente quando se trata de relacionamentos de amor e ódio. Conhecemos os clichês do enemies to lovers, mas a diferença está nos detalhes. Em “Todos Menos Você”, eu não consegui tirar os olhos da tela até os últimos minutos, esperando para ver Ben e Bea superarem seus preconceitos e admitirem sua atração. Para mim, essa é a beleza do amor, aceitar um ao outro como realmente são. Ben e Bea acertaram em cheio. Sim, o final foi um pouco clichê, mas funcionou.

Além disso, há o mundo idealizado que “Todos Menos Você” pinta. Sem os problemas do mundo real, eles podem viajar para um casamento do outro lado do mundo por uma semana, passar um tempo em uma mansão à beira-mar, sem se preocupar com dinheiro ou tarefas domésticas. Para nós, trabalhadores, esse estilo de vida seria um sonho – quando eu teria a chance de voar para o litoral australiano e ter férias perfeitas?

Todos Menos Você

E não esqueçamos, todos parecem se aceitar e encontrar o amor verdadeiro. Essa imagem perfeita é o que todos imaginamos que seja a vida da classe média, onde tudo o que você precisa fazer é buscar o amor e a si mesmo, sem outras preocupações – eu me perdi tanto neste mundo que esqueci o meu por um tempo. Mesmo sabendo que é tudo faz de conta, me fez desejar uma vida melhor. Talvez um dia eu também vá para a Austrália, aproveite o sol na praia, saboreie a comida e a vista com meus amigos. Cantar, dançar, dar festas, assistir os fogos de artifício…

É por isso que dizem que o cinema é a arte de sonhar. Então, um brinde a “Todos Menos Você” por me deixar sonhar com o amor, mesmo que apenas por uma hora e quarenta minutos.

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